9 vexames olímpicos que marcaram o preparo para a Rio 2016
Faltando exatos sete dias para a abertura da Olimpíada do Rio de Janeiro, não faltam preocupações em torno da organização do megaevento. Com o país sede vivendo uma recessão econômica e diante da ameaça do Estado Islâmico, o clima ainda não é de festa – pelo menos entre os brasileiros.
Uma pesquisa recente do Ibope concluiu que 60% dos brasileiros consideram que a Olimpíada trará mais prejuízos do que benefícios ao país.
Reunimos, nas imagens a seguir, alguns dos problemas que rondam a edição da Rio-2016 antes mesmo da pira olímpica ser acesa no Maracanã, no próximo dia 5.
Alojamentos em mau estado
Inaugurada no último domingo (24), a Vila Olímpica foi alvo de queixas por conta de problemas no encanamento, falta de luz, excesso de sujeira e banheiros bloqueados. A delegação da Austrália, por exemplo, se recusou a instalar seus atletas no espaço, classificado por seus membros como “inabitável”. Delegações de outros países, como Suécia, Argentina e Venezuela, também endossaram a onda de reclamações.
Após as reivindicações, o comitê organizador dos Jogos contratou 600 funcionários para resolver os problemas. A expectativa era de que tudo ficasse em ordem até a última quinta.
Não suficiente, os agentes da Força Nacional de Segurança, que estão instalados em um conjunto habitacional na Zona Oeste da cidade, também protestaram contra as condições dos alojamentos – que estariam sem chuveiro, com pia entupida e camas improvisadas. Os agentes ameaçaram abandonar a segurança da Olimpíada se as instalações não fossem ajustadas.
A morte de uma onça
A onça pintada Juma, que participou do desfile da tocha em Manaus (AM), foi abatida horas depois da cerimônia após escapar do Zoológico do Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS) e tentar atacar um militar.
A morte do animal, ameaçado de extinção, gerou revolta nas redes sociais. Veja algumas reações:
E ainda mataram a pobre onça. Por ser uma onça. Esperavam q um animal selvagem se comportasse como um cachorro treinado?
— Aline Valek (@alinevalek) 21 de junho de 2016
Agora virou moda culparem os animais de tudo…deixem-os em paz, em seu habitat natural vivendo… https://t.co/hhGY4MageN
— Giovanna Ewbank (@gewbank) 21 de junho de 2016
Se eu estivesse no Rio não sairia de casa. #idiotice #olimpiadas2016#terrorismo #Juma #acordaBrasil pic.twitter.com/ioycvC1hJK
— Márcia Mariano (@marciamsadv) 15 de julho de 2016
Como era linda!#Juma ?? pic.twitter.com/TDDOpFCb3A
— Moi Corrêa (@moicorrea) 25 de junho de 2016
Tour da tocha
Como se não bastassem os tombos durante o revezamento do símbolo máximo dos Jogos, um manifestante tentou apagar a chama olímpica com um extintor de incêndio. O homem invadiu a pista em Joinville, Santa Catarina.
Em Porto Alegre, pelo menos duas pessoas tentaram jogar água na tocha durante a passagem.
Queda de ciclovia
Em abril, um trecho da ciclovia Tim Maia, um dos legados olímpicos, desabou ao ser atingida por uma onda. Duas pessoas morreram. A ciclovia, que liga os bairros de São Conrado e Leblon, na Zona Sul do Rio, foi inaugurada em janeiro deste ano.
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Obras inacabadas
Faltando pouco mais de uma semana para começar o evento, a Arena de Vôlei de Praia ainda não estava pronta para receber os atletas. Do lado de fora, muito entulho e lixo formavam o cenário de um dos principais cartões-postais da cidade. Os jogadores só poderão utilizar a quadra para treino a partir de segunda-feira (1), quatro dias antes da abertura.
Além disso, o Estádio Aquático sofre com problemas de refrigeração. De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, as disputas de natação devem acontecer em um ambiente abafado e com muito calor: no dia da reportagem publicada pelo veículo, os termômetros marcavam 33º C.
Segundo o jornal, o comitê organizador do Rio afirmou que a parte interna dos vestiários, onde ficarão os nadadores, haverá ar condicionado.
Na mesma linha, as obras do Velódromo seguem a todo vapor. Mesmo entregue no último dia 26, a parte interna ainda está em fase de acabamento e materiais de construção são encontrados pelo caminho.
Suspensão do laboratório antidoping
Pouco mais de 42 dias para a abertura do evento, a Agência Mundial Antidoping (Wada) suspendeu o Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem (LBCD), responsável pela realização dos exames durante a Olimpíada.
O descredenciamento se deu após a Wada encontrar um erro procedimental em um dos exames realizados no laboratório brasileiro. Somente no dia 20 de julho, a Agência liberou o LBCD para realizar os procedimentos nos Jogos.
Roubo de equipamentos
Faltando 35 dias para o início dos Jogos, um caminhão que carregava duas TVs da Alemanha foi roubado na Avenida Brasil, Zona Norte do Rio.
Os equipamentos, avaliados em R$ 1,5 milhão, eram levados para o Parque Olímpico, onde seriam montados os estúdios de transmissão das emissoras ARD e GDF.
No dia seguinte, porém, a Polícia Militar (PM) encontrou a carreta roubada – a carga estava intacta.
O caso repercutiu internacionalmente por se tratar do segundo crime envolvendo estrangeiros por conta da realização da Rio 2016. Duas semanas antes, dois atletas paraolímpicos da Austrália foram assaltados à mão armada enquanto pedalavam em um parque da cidade.
Funcionários sem CLT
O Ministério Público do Trabalho e Emprego (MPTE) decidiu multar o Comitê Rio 2016 em R$ 315 mil por 630 empregados que trabalham nas obras da Vila Olímpica sem registro profissional.
De acordo com os agentes fiscais, os funcionários estariam trabalhando sem carteira assinada e com carga horária exaustiva de 23 horas.
Superbactéria na Lagoa
Em estudos, cientistas encontraram nada mais nada menos do que a presença de uma superbactéria nas águas das praias e em uma lagoa do Rio que irão receber os eventos olímpicos, como natação, remo e canoagem.
Quando contaminam serem humanos, essas superbactérias podem causar infecções urinárias, gastrointestinais, pulmonárias e na corrente sanguínea.
De acordo com uma das pesquisadoras, a professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Renata Picão, a contaminação das praias é resultado da falta de saneamento básico.
Vale lembrar, que uma das promessas dos organizadores dos Jogos era despoluir as águas da cidade e tratar 80% do esgoto que chega ao mar. O compromisso, porém, não foi cumprido. O próprio secretário do Ambiente do estado do Rio de Janeiro, André Correa, afirmou no último dia 20 que a meta estipulada era muito ousada.
A tocha olímpica percorreu 327 cidades em 95 dias e foi carregara por 12 mil pessoas.
Fonte: Exame