Com HSBC, Bradesco amplia escala e aproxima-se de Itaú Unibanco

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Com HSBC, Bradesco amplia escala e aproxima-se de Itaú Unibanco

3
ago,2015

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hsbcO Bradesco comprou a operação do HSBC no Brasil por 5,2 bilhões de dólares e se aproximou do rival Itaú Unibanco na vice-liderança por ativos, apostando no ganho de escala para enfrentar a fraqueza do mercado de crédito no país.

O negócio, que une o quarto e sexto maiores banco comerciais no Brasil, cria um grupo com 1,2 trilhão de reais em ativos, carteira de crédito de 522 bilhões de reais e 31,4 milhões de correntistas.

Ao mesmo tempo, a operação impõe ao Bradesco a tarefa de uma integração bem sucedida que desafiou seus principais rivais nos últimos anos. Isso especialmente considerando o ágio de cerca de 50 por cento pago pelo Bradesco, em dinheiro, na transação, bem superior ao esperado pelo mercado e após o HSBC ter tido prejuízo superior a 500 milhões de reais em 2014.

Esse cenário deve reforçar o escrutínio sobre a promessa do Bradesco de tornar a filial brasileira do HSBC tão rentável quanto sua próprioa operação, isto é, dobrar a rentabilidade para 20 por cento em quatro anos.

“Será uma empresa maior, mais eficiente”, disse o presidente-executivo do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, em teleconferência nesta segunda-feira. Ele defendeu o preço pago, mencionando a rede complementar de agências, especialmente no Sul e Sudeste do país, e as oportunidades para oferta de mais produtos.

Com a compra, o Bradesco retoma da Caixa Econômica Federal a terceira posição no ranking de maiores bancos do Brasil por ativos, atrás de Banco do Brasil e Itaú, respectivamente. Mas passou a ter a maior folha salarial do setor, com mais de 115 mil empregados e cerca de 500 agências a mais que Itaú Unibanco.

Embora o Bradesco tenha frisado o foco nos ganhos que a compra lhe traz em termos de escala, e que o ganho planejado de eficiência o deixará mais competitivo para quando a economia do país voltar a crescer, analistas avaliaram que à primeira vista a maior conquista é a oportunidade de rentabilizar o capital.

Apesar de terem considerado alto o valor pago pelo HSBC Brasil, analistas consideraram acertada a estratégia do Bradesco, dada a perspectiva de fraco crescimento do crédito nos próximos anos no país, o que impõe aos bancos o desafio de remunerar o excesso de capital.

“Há sinergias suficientes de maior escala”, disseram em relatório analistas do Credit Suisse liderados por Marcelo Telles.

Para os analistas Eduardo Rosman e Gustavo Lobo, do BTG Pactual, “embora um pouco cara, a aquisição, a nosso ver, faz muito sentido do ponto de vista estratégico”.

Na bolsa paulista, as ações preferenciais do Bradesco recuavam 3,5 por cento e as ordinárias cediam quase 2 por cento às 15h51, enquanto o Ibovespa tinha variação negativa de 1,44 por cento.

Além do banco de varejo e do cobiçado negócio de alta renda, o Bradesco absorve as operações de seguros e de comércio exterior do HSBC, segmentos que tendem a ter expansão superior à média do mercado de crédito, disse o consultor e ex-presidente da Febraban, Roberto Luís Troster.

O valor em dólares a ser pago pelo HSBC Brasil em dólares representa 17,6 bilhões de reais. Executivos do Bradesco explicaram que fizeram hedge cambial para a operação.

Fonte: Reuters

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