Bancos empurram cartão Elo e clientes reclamam

Home  >>  Sem categoria  >>  Bancos empurram cartão Elo e clientes reclamam

Bancos empurram cartão Elo e clientes reclamam

16
set,2016

0

Bradesco, Caixa e Banco do Brasil priorizam emitir cartões com a bandeira Elo, da qual são sócios, o que vem provocando queixas de clientes em sites como o Reclame Aqui.

O principal motivo de descontentamento com a bandeira, criada em 2010, é a falta de aceitação do cartão em estabelecimentos pelo país, o que provoca constrangimentos (e já gerou até memes). Surpreendidos com o cartão, clientes buscam mudar a bandeira do plástico para as líderes do mercado, Visa eMasterCard.

É o caso da professora Elza Mauricio Moreira, 61, que tinha um cartão com a bandeira Visa e aponta que o Banco do Brasil fez, sem motivo aparente, a troca para a bandeira Elo. Foi aí que começaram os problemas, conta Elza, que pede a troca do plástico ao banco para outro com a bandeira antiga.

“Percebi que o cartão não é aceito em muitos lugares. Alguns colocam cartazes, mas outros parecem disfarçar e acabam dizendo que a máquina que aceita o cartão está sem conexão. Não costumo andar com dinheiro e estou nervosa de tanto passar vergonha e ter de deixar as minhas compras no caixa”, desabafa.

Segundo estudo da consultoria especializada em varejo Boanerges & Cia, a prioridade que Bradesco e Banco do Brasil têm dado à emissão de cartões Elo explica, em parte, o avanço da bandeira no mercado, que já reúne 17,9% dos cartões de débito ativos no país. Antes, esses bancos costumavam impulsionar a emissão de cartões Visa Electron.

Mas apesar da participação da bandeira no mercado ter crescido, o número de transações registradas em cartões Elo ainda é baixo se comparado ao de concorrentes. “A falta de aceitação pode ser uma das justificativas”, diz Vitor França, consultor da Boanerges & Cia.

Procurado, o Banco do Brasil enfatiza que cabe exclusivamente ao cliente a decisão final quanto à bandeira de sua preferência e toda a rede de agências é frequentemente orientada a deixar clara a liberdade que os clientes têm em suas escolhas.

Já a Caixa diz, em nota, que “as reclamações são objeto de atuação do banco, em parceria com a bandeira, para verificar as condições de aceitação na cidade ou região indicadas pelos clientes e promover a rápida ampliação da rede credenciada”.

O Bradesco disse que segue uma estratégia de distribuição de cartões e que o cliente sempre tem a opção de solicitar o produto com a bandeira de sua preferência.

“O banco busca constantemente adotar medidas que aprimorem os serviços prestados, por isso todas as manifestações dos clientes são atenciosamente recebidas, analisadas e respondidas. Vale acrescentar que o Bradesco tem o selo RA8000 no Reclame Aqui, o que reforça o seu comprometimento com os clientes.”

Taxa alta pode ser barreira

Levantamento da Boanerges & Cia indica que a Cielo cobra uma taxa mais alta do que a média de mercado a comerciantes por cada transação com cartões de débito Elo. A cobrança poderia ser um dos obstáculos para a maior aceitação do cartão Elo até setembro do ano passado, quando a bandeira ainda era aceita somente em máquinas da Cielo.

No quarto trimestre de 2015, a credenciadora cobrava em média 1,6% nestas transações, enquanto a média do mercado era de 1,51%.
This is totally a biological change that many young men experience an impotence lowering or slowing down of machinery. view that levitra generika It will invest Rs 1,200 crore in the next 24 to 30 months in generic levitra pill Andhra Pradesh by 2014 entailing an financial commitment of about Rs 2,250 crore. This enzyme has only one work of stopping the blood from moving into the direction http://appalachianmagazine.com/2017/12/24/why-the-west-virginia-kentucky-border-is-in-the-wrong-place/ sildenafil 50mg tablets of the penis are getting lots of blood that makes them relaxed. For firm and hard erections it is essential for your levitra generika great wellbeing and prosperity. França, da Boanerges & Cia, faz a ressalva de que a taxa média é apenas um indicador, já que a tarifa varia conforme o tipo e porte do estabelecimento. “Uma credenciadora que atue em segmentos no qual as taxas são mais altas terá, naturalmente, taxas maiores”.

O comerciante William Herbert Mac Laren, 53, tem conta no Bradesco há mais de 10 anos, e sempre teve cartão de débito com bandeira Visa. Quando o seu cartão expirou, um funcionário do banco disse que o banco passou a emitir somente cartões com a bandeira Elo. William reclamou. “Como lojista, sei que o cartão não é aceito em muitos lugares porque a taxa cobrada é alta. Empurrar o cartão ao consumidor parece uma forma de pressionar os lojistas a aceitarem o cartão”.

Aceitação do cartão cresce

Desde que as regras para arranjos de pagamentos foram modificadas pelo Banco Central em setembro de 2015, a exclusividade do contrato entre Elo e Cielo foi encerrada. Desde então a bandeira passou a ser aceita também em máquinas da Getnet, Rede, BIN e Sipag.

Como consequência, a aceitação da bandeira deu um salto e praticamente dobrou, segundo dados da própria Elo. De acordo com a companhia, a rede de estabelecimentos que aceitam o cartão com a bandeira passou de 1,45 milhão em 2014 para 2,6 milhões este mês.

Ainda assim existe um espaço no mercado a ser preenchido, já que a estimativa é de que 3 milhões de estabelecimentos aceitem cartões no país, segundo informações da bandeira.

A partir de julho, o cartão da Elo também passou a ser aceito em compras no exterior por meio de uma parceria com uma rede americana. Desde então a bandeira é aceita em 185 países e mais de 39 milhões de estabelecimentos lá fora. A parceria também vale para compras em sites internacionais.

Quais são seus direitos

Ione Amorim, economista do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), diz que o consumidor não é obrigado a aceitar o cartão pelo qual não tenha interesse e que não tem aceitação consolidada, de acordo com o artigo 39 do Código de Defesa do Consumidor. “A prática é abusiva e pode ser considerada como venda casada”.

Ao realizar qualquer mudança em contratos de cartões, como troca de bandeira, por exemplo, o banco deve consultar o cliente, diz Ione.

Consumidores que se depararem com um cartão não solicitado da bandeira e a justificativa de que não pode ser trocado por outro deve registrar a queixa no Banco Central, além de sites como o Consumidor.gov.br e o Procon, que podem aplicar penalidades à instituição financeira, como multas.

Estabelecimentos que não aceitem o plástico devem deixar a informação visível de forma ostensiva e em local acessível, tanto em meios eletrônicos como ambientes físicos. “O comerciante não pode induzir o cliente a consumir e somente depois dizer que não trabalha com a bandeira. O cliente passará por uma situação constrangedora se não tiver outro meio de pagamento alternativo”, diz Ione.

Fonte: Exame

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *