Doações para desabrigados gaúchos passam a ter novas diretrizes
Ao longo da semana, entidades governamentais, empresas privadas e pessoas comuns participaram ativamente, no Distrito Federal, de campanhas para arrecadar donativos em benefício das vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. Doações foram obtidas às toneladas. Apesar do sucesso, surgem agora dois novos desafios. Um tem a ver com a logística para o envio. O outro, identificar quais os itens que os desabrigados mais precisarão daqui em diante. Para ajudar a canalizar esforços, servidores do Senado iniciaram ações que explicaram ao Correio.
Na sexta-feira, partiram de Brasília, aproximadamente 425 toneladas de itens aos desabrigados gaúchos. Porém, ainda há mais de mil toneladas de doações só na base da FAB, sem contar que elas não param de chegar ao local. Para controlar essa “bola de neve positiva”, a Liga do Bem — organização dos servidores do Senado Federal para causas beneficentes — está montando esquemas que otimizam a seleção e encaminhamento dos donativos.
A liga espalhou 25 pontos para recolhimento pelo DF. O que é recebido, é levado à sede da Gráfica do Senado. Lá, vestimentas são divididas, por gênero e idade, em kits. Neles também há materiais de higiene pessoal e roupas de cama. Caixas com alimentos não perecíveis e conjuntos com refeições rápidas também são montados.
Além disso, os servidores montaram uma logística própria de entrega. O diretor da Secretaria de Editoração e Publicações do Senado, Rafael Chervenski, integrante da Liga do Bem, disse que o grupo acionou parceiros que têm caminhões, amigos com habilitação para dirigi-los e simpatizantes que poderiam fornecer gratuitamente o combustível necessário para o trajeto. Na última sexta-feira, partiu a primeira carreta deles com 36 toneladas de itens, como roupas, alimentos, rações e centenas de garrafões com água.
Prioridades
A primeira questão que envolve as doações é logística. “Precisamos muito de voluntários. Nosso trabalho está indo das 8h às 20h todos os dias”, pediu Chervenski. “Quem quiser ajudar, pelo tempo que conseguir, é bem-vindo”, completou, pedindo para que os interessados acessem o perfil no Instagram @ligadobemsf.
Outro ponto fundamental tem a ver com a identificação das necessidades das vítimas. Segundo o diretor, “o que precisa, agora, são alimentos de consumo imediato, como água, biscoitos doces e salgados”. O integrante da Liga do Bem ainda alertou: “O Rio Grande do Sul necessita de roupas íntimas novas. É importante frisar que não se doa roupa íntima usada.”
Cobertores e itens de higiene básicos também são sempre necessários. “A gente precisa permitir que as pessoas tenham alguma qualidade de vida nesse momento e consigam, mesmo nos abrigos, manter a vida no máximo da normalidade possível. Isso é importante para o estado emocional delas”, destacou.
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