Morte do cantor Chrystian, sequestro de bebê em hospital e eleições municipais: relembre fatos marcantes de 2024 em Goiás
O ano de 2024 em Goiás foi marcado por uma importante crise no serviço de saúde da capital, por sequestro e troca de bebês e também por investigações policiais envolvendo celebridades e influenciadores digitais. Confira a seguir esses e outros assuntos marcantes de 2024 em Goiás.
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Dentista suspeita de deformar pacientes
Casal morto
Estupro coletivo de influenciadora goiana
Polícia invade casa por engano em busca de advogada
Fisiculturista mata esposa
Morte do Chrystian, da dupla com Ralf
Influenciador suspeito de maus-tratos contra filha com paralisia cerebral
Médica que sequestrou bebê em hospital
Casal e bebê morrem ao cair de apartamento em chamas
Gusttavo Lima, Deolane e as Bets
Ondas de calor e queimadas
Eleições 2024
Cuidadora de idosos assassinada por colega de trabalho
Troca de bebês
Dentista suspeita de deformar pacientes
Em janeiro, a dentista Hellen Kacia Matias da Silva foi presa suspeita de deformar pacientes após a realização de procedimentos estéticos, em Goiânia. Os pacientes reclamavam de inflamações, cicatrizes e assimetria nos resultados dos procedimentos, que só podiam ser realizados por cirurgiões plásticos.
Na época, a Vigilância Sanitária encontrou materiais vencidos há pelo menos 10 anos e instrumentos cirúrgicos não esterilizados na clínica de Hellen. O estabelecimento foi fechado e multado em R$ 400 mil.
De acordo com a PC, Helen começou a ser investigada em setembro de 2023, depois que a Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Consumidor (Decon) recebeu denúncias de que ela e outros três dentistas realizaram cirurgias estéticas que são proibidas pelo Conselho Federal de Odontologia (CFO).
No celular usado pela dentista para falar com os pacientes, os policiais encontraram reclamações de vários clientes de Hellen. Foram identificadas mais de 30 reclamações de consumidores insatisfeitos com os resultados dos procedimentos. Nas conversas, a equipe da dentista sempre afirmava que as vítimas não tinham tomado os devidos cuidados com os procedimentos.
Hellen Kacia Matias da Silva foi indiciada pela polícia no início de fevereiro. No dia 15 do mesmo mês, ela foi denunciada pelo Ministério Público e se tornou ré dois dias depois, quando a Justiça aceitou a denúncia.
O g1 fez contato com a defesa da dentista, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.
Em dezembro, o Conselho Regional de Odontologia de Goiás informou que o registro de Hellen estava suspenso em decorrência de uma transferência. O conselho disse ainda que tramita em sigil um processo administrativo para investigar a conduta da profissional.
Além dos procedimentos, Hellen oferecia cursos para realização de cirurgias faciais que custavam entre R$ 10 mil e R$ 15 mil por pessoa. As cirurgias ensinadas também só podem ser realizadas por médicos.
A dentista tem mais de 640 mil seguidores em uma rede social. Após a prisão, nenhum post foi feito.
Casal morto
O caso do casal Fábia Cristina Santos e Douglas José de Jesus, desparecido em março de 2024, contou com muitos desdobramentos. Vistos pela última vez no dia 9 de março, eles saíram da cidade de Goianira, Região Metropolitana de Goiânia, para ir à missa de sétimo dia do pai da mulher, em Quirinópolis(sudoeste do estado).
O veículo do casal chegou a ser flagrado e multado por trafegar em alta velocidade na GO-469. Fábia mandou mensagem para o filho no dia em que foi vista pela última vez pedindo ajuda.
Em abril, a polícia divulgou que Douglas José de Jesus, que sumiu junto com a esposa, usava o nome de um irmão (Wander José da Silva) desde 1996. Ele mudou de nome porque matou duas pessoas em Quirinópolis e era considerado foragido da Justiça desde então. Douglas, que era caminhoneiro, usou o nome do irmão para se esconder durante 28 anos.
No dia 22 de abril, a polícia encontrou o carro do casal numa fazenda em Trindade, Região Metropolitana de Goiânia. O corpo de Fábia estava dentro do veículo, em estado avançado de decomposição. No dia 4 de maio, a polícia encontrou o corpo de Douglas em um matagal próximo ao local conde o carro foi encontrado. A causa da morte do casal não foi divulgada pela polícia.
De acordo com Rosemere Oliveira, a advogada da família, Fábia Cristina era vítima de violência doméstica. Imagens divulgadas pela advogada mostram marcas no pescoço da mulher (veja abaixo).
Estupro coletivo de influenciadora goiana
Em março, a influenciadora goiana Fernanda Santos denunciou ter sido vítima de um estupro coletivo no distrito de Dumka, na Índia.
Ela e o marido viajavam de moto quando pararam para acampar na região. À noite, eles foram atacados pelo grupo, que também agrediu Vicente Barberam, marido de Fernanda.
Na época, o casal disse que todos os suspeitos já tinham sido identificados e que oito deles foram presos. A influenciadora chegou a receber uma indenização de 12 mil dólares do governo do estado de Jharkand.
“Aqui é lei. Não tem como falar que não aceito ou fazer outra coisa. Qualquer vítima tem direito a uma indenização aqui na Índia”, afirmou o marido de Fernanda.
O Ministério das Relações Exteriores informou que não pode dar detalhes sobre a assistência prestada a Fernanda “em atendimento ao direito à privacidade e em observância ao disposto na Lei de Acesso à Informação e no decreto 7.724/2012”.
Apesar do ocorrido, o casal usou as redes sociais para defender o povo indiano: “Não pensem que a Índia é assim, porque não é verdade. A Índia é um país com muitas pessoas boas e que como todos os países tem o seu lado bom e ruim. Isso foi um incidente”.
Fernanda já visitou mais de 65 países acompanhada pelo marido. Eles usam as redes sociais para mostrar experiências culturais, gastronômicas e turísticas ao redor do mundo.
Polícia invade casa por engano em busca de advogada
No mês de abril, policiais civis invadiram uma casa por engano em Aparecida de Goiânia, Região Metropolitana da capital. A polícia procurava pela advogada Jennifer Nayara Caetano de Souza, que era vizinha da casa e apareceu na porta durante a invasão.
Na época, a Polícia Civil de Goiás informou em nota que entrou no endereço correto e afirmou que a casa tinha ligação com a pessoa que se buscava prender. A PC disse ainda que os agentes bateram no portão e chamaram os moradores por diversas vezes. Só após descumprirem o chamado dos agentes é que realizaram o arrombamento, afirmou a polícia.
Thassio Silva, morador da casa invadida, disse que estava conversando com o delegado da equipe, no canto do portão, e questionou sobre mandado de prisão, mas não foi respondido.
“Eles nem me responderam e o outro agente já começou a arrombar o portão”, declarou Silva.
O homem afirmou que possui “relação de vizinho” com Jennifer Nayara, que foi presa durante a operação. Além dele, a esposa e duas crianças estavam na casa no momento do ocorrido.
Jennifer Nayara foi denunciada pelo Ministério Público de Goiás por suposta prática dos crimes de organização criminosa armada e associação para o tráfico. De acordo com as investigações, ela repassava recados e ordens de líderes de tráfico de drogas presos em Planaltina de Goiás.
A defesa de Jennifer disse que não há nada a declarar, além do que já foi informado nos autos do processo.
Fisiculturista mata esposa
Em maio, o fisiculturista Igor Porto Galvão foi preso por agredir a esposa e levá-la para o hospital inconsciente, e dizer que ela tinha caído em casa. Marcela Luise de Souza Ferreira morreu no hospital, dez dias depois da internação. No mês de agosto, Igor mudou a sua versão dos fatos e afirmou à Justiça que empurrou Marcela durante uma briga.
Igor foi denunciado pelo Ministério Público por homicídio com quatro qualificadoras: motivo fútil, meio cruel, recurso que impossibilitou a defesa da vítima e feminicídio. Ele já tinha histórico de agressão contra a esposa.
Em decisão divulgada dia 11 de novembro, o juiz Leonardo Fleury Curado Dias determinou que Igor vá a júri popular e negou o pedido de revogação de prisão apresentado pela defesa do fisiculturista.
Fernanda Paula Miranda, tia de Marcela, contou que, além de ser agressivo com a família de Marcela, Igor a afastou dos parentes e a humilhava. “Ele falava várias vezes que ela não era uma boa mãe, que ela não sabia fazer nada, xingava e a humilhava. O que ele podia fazer para diminuir ela, ele fazia”, disse.
Marcela foi morta aos 31 anos e deixou uma filha de 5 anos, fruto do relacionamento com Igor. Ela não usava redes sociais e trabalhava como secretária do fisiculturista.
O g1 não conseguiu localizar a defesa atual de Igor.
Morte do Chrystian, da dupla com Ralf
Em junho, o Brasil lamentou a perda de um dos cantores mais reverenciados do sertanejo. Chrystian, da dupla com Ralf, morreu no dia 19 de junho, em São Paulo (SP), aos 67 anos.
O hospital onde o cantor estava interenado informou que ele morreu de infecção generalizada, decorrente de uma pneumonia, e agradava por comorbidades.
Quatro dias antes de morrer, Chrystian fez seu último show numa festa junina na cidade de Araras. “”Foi um prazer cantar com todos vocês”, escreveu o sertanejo em um de seus últimos posts nas redes sociais.
Chrystian, que cantou com o irmão desde a infância, começou a fazer sucesso na década de 1980. Por mais de 40 anos, eles lançaram sucessos como Nova York, Chora Peito, Bijuteria e Yolanda. A dupla se separou em 2021, mas os artistas continuaram suas apresentações solo.
Influenciador suspeito de maus-tratos contra filha com paralisia cerebral
Em agosto, o influenciador Igor de Oliveira Viana foi preso suspeito de uma série de crimes contra a filha de 2 anos. A menina tem paralisia cerebral e tinha a vida compartilhada nas redes sociais pelo pai.
Ao g1, a delegada Aline Lopes contou que Igor debochava da criança. Em um dos vídeos investigados, Igor chama a filha de inútil após pedir que ela vá ao mercado (assista abaixo).
Igor usava as redes sociais para pedir dinheiro, que deveria ser destinado aos cuidados com a criança. Na época, ele disse a g1 o que a filha não tem PIX e que ele não seria obrigado a gastar apenas com a menina, disse.
“Minha filha não tem PIX, então se eles foram trouxas, a culpa não é minha. Eu não sou obrigado a usar o dinheiro que eles mandam especificamente com a minha filha. Eu também tenho necessidade de serem supridas”, falou Igor.
A delegada disse que Igor é suspeito de maus-tratos, estelionato, desvio de proventos de pessoa com deficiência e por causar constrangimento à criança. A mãe da menina também é investigada.
Igor Viana foi solto em setembro e aguarda a conclusão das investigações em liberdade. A defesa dele disse que não houve mudança no inquérito e que aguarda a conclusão das investigações policiais.
Procurada em dezembro de 2024, a delegada Aline Lopes disse que espera pela quebra de sigilo bancário de Igor para concluir as investigações. “Somente após a finalização dessa diligência é que o inquérito será concluído”, disse.
Médica que sequestrou bebê em hospital
A médica neurologista Cláudia Soares Alves, de 42 anos, foi presa por sequestrar uma recém-nascida em um hospital de Uberlândia (MG). Ela foi presa dia 24 de julho, em Itumbiara, no sul de Goiás.
A bebê nasceu um dia antes da prisão. Segundo a Polícia Militar (PM), a médica se identificou como pediatra, entrou na maternidade e pegou a bebê, que tinha nascido havia apenas três horas. Ainda de acordo com a PM, a mulher saiu da porta do hospital com a bebê dentro da mochila e fugiu em um carro vermelho.
De acordo com o pai da criança, ela chegou ao quarto se passando por pediatra. “Ela era muito bem articulada. Entrou, mexeu nos peitos da minha esposa para ver se tinha leite. Disse que era pediatra e que ia levar a bebê para se alimentar. Minutos depois, eu vi que a minha menina não voltava, e aí percebemos que ela tinha sido levada”, contou o motorista Édson Ferreira.
Na época da prisão, Vladimir Rezende, advogado da médica, explicou que ela é portadora de transtorno bipolar e, no momento do crime, se encontrava em crise psicótica.
A defesa também afirmou que Cláudia tinha mudado sua medicação recentemente por conta de uma suposta gravidez. “Com a alteração dos medicamentos, ela teve um surto, um surto psicótico. Nossa defesa vai ser essa, porque realmente é o que aconteceu”, afirmou Vladimir.
O g1 entrou em contato com o advogado da médica para uma atualização do caso, mas não obteve retorno. A reportagem fez contato com o Tribunal de Justiça de Goiás para receber atualizações sobre o processo, mas nenhuma informação foi enviada, já que o caso segue em segredo de justiça.
Casal e bebê morrem ao cair de apartamento em chamas
No dia 27 de agosto, um casal e um bebê de 19 dias morreram depois de cair de um apartamento em chamas, em Valparaíso de Goiás, no Entorno do DF. Luiz Evaldo de Lima, Graciane Rosa de Oliveira e o filho Léo foram arremessados pela janela do sétimo andar depois de uma explosão. O acidente foi causado por um produto de impermeabilização que estava sendo aplicado no sofá da casa.
Maria das Graças, mãe de Graciane, e o técnico de impermeabilização, que também estavam no apartamento, conseguiram sair do local com vida, embora tenham se ferido.
O técnico foi indiciado por incêndio culposo, que resultou nas mortes, e por lesão corporal a Maria das Graças. Ele responde em liberdade.
O g1 tentou contato com a defesa do técnico em dezembro de 2024, mas não obteve retorno até a última atualização deste texto.
Gusttavo Lima, Deolane e as Bets
Em 15 de setembro, o cantou Gusttavo Lima foi indiciado por lavagem de dinheiro e organização criminosa em investigação sobre jogos ilegais em plataformas digitais. A ação foi iniciada pela Polícia Civil de Pernambuco, que também indiciou a influenciadora Deolane Bezerra.
As investigações apontaram um suposto envolvimento do cantor uma negociação irregular de duas aeronaves para os sócios da Vai de Bet, José André da Rocha Neto e Aislla Sabrina Truta Henriques Rocha.
O sertanejo chegou a ser considerado foragido da Justiça depois da publicação da ordem de prisão emitida pela juíza Andréa Calado da Cruz, de Recife, que falou de “conivência” do artista com pessoas que eram consideradas foragidas. O cantor estava em Miami quando o pedido de prisão foi divulgado.
O pedido de prisão chegou a citar uma viagem que o cantor fez com o casal de investigados, de Goiânia para a Grécia, para comemorar seu aniversário de 35 anos. A prisão do ‘embaixador’ foi revogada pelo desembargador do Tribunal de Justiça de Pernambuco, Eduardo Guilliod Maranhão, que é relator do caso.
Em live realizada na época, o cantor disse que soube de mandado de prisão após chegar a Miami: “tomei um banho e recebi uma ligação”. O cantor negou que tenha fugido e explicou relação com a empresa Vai de Bet.
Em nota, a defesa do sertanejo disse que o cantor jamais seria conivente com “qualquer fato contrário ao ordenamento de nosso país”. De acordo com o texto, nunca houve qualquer envolvimento de Gusttavo Lima ou de suas empresas com o objeto da operação deflagrada pela Polícia Pernambucana.
Em 14 de dezembro, a Procuradoria-Geral de Justiça de Pernambuco arquivou as investigações contra Gusttavo Lima e sócios da empresa Vai de Bet. De acordo com o Ministério Público, não havia elementos suficientes para prosseguir com a análise do caso.
Ondas de calor e queimadas
Entre os meses de agosto a outubro, as ondas de calor fizeram Goiás atingir temperaturas de até 44ºC. No dia 7 de outubro, a cidade de Goiás, no centro do estado, registrou 44,5 °C, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Essa foi a maior temperatura registrada no país no dia.
Em Goiânia, os termômetros atingiram temperaturas acima dos 40°C por dois dias consecutivos, em setembro. O Inmet divulgou que a temperatura foi 40,3ºC e a 40,5ºC nos dias 23 e 24, respectivamente. A marca superou o recorde registrado em 2023 na capital, que foi de 39,3º C.
O calor e a baixa umidade estimularam um aumento de mais de 130% nos focos de queimadas de todo o estado, de acordo com dados do Programa de Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
De acordo com uma análise feita em setembro pelo Instituto Mauro Borges (IMB), o aumento dos incêndios trouxe um prejuízo de até R$ 1,5 bilhão para a economia goiana até o fim de 2024.
As autoridades chegaram a identificar incêndios criminosos iniciados em fazendas e áreas de preservação. Entre os focos investigados estão um incêndio na Chapada dos Veadeiros, que teve mais de 20 mil hectares destruídos, e uma queimada em Caiapônia, que destruiu 700 hectares de fazendas.
Eleições 2024
As eleições de 2024 contaram com segundo turno nas três maiores cidades do estado. Em Goiânia, Sandro Mabel (União) foi eleito com 55,53%, na disputa contra Fred Rodrigues (PL). Enquanto o prefeito eleito comemorou a vitória em todas as zonas eleitorais da capital, o candidato do PL disse que saiu maior da disputa.
Um número que chamou atenção no pleito foi a quantidade de pessoas que não compareceram para votar na capital. O percentual de abstenção em Goiânia (34,20%) foi considerado o segundo maior entre as capitais do país onde houve segundo turno. O número só foi superado em Porto Alegre (34,83%), capital do Rio Grande do Sul.
Em Aparecida de Goiânia, Região Metropolitana da capital, Leandro Vilela (MDB) foi eleito com 63,60%, enquanto seu oponente, Professor Alcides (PL) teve 36,40% dos votos válidos. O último debate entre os candidatos foi marcado por trocas de acusações, ataques e poucas propostas.
Já em Anápolis, a 55 km de Goiânia, Marcio Correa (PL) foi eleito com 58,56% dos votos. Antônio Gomide (PT), que já tinha sido prefeito da cidade, recebeu 41,44% dos votos válidos. A disputa contou com forte participação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em apoio a Marcio.
Cuidadora de idosos assassinada por colega de trabalho
Em novembro, o assassinato da cuidadora de idosos Cintia Ribeiro Barbosa, de 38 anos, causou comoção em Goiânia. Ela foi morta durante o trabalho em uma casa no Setor Cidade Jardim, em Goiânia, por um colega que também trabalhava como cuidador no local.
Marcelo Junior Bastos Santos confessou o assassinato da mulher e detalhou à Polícia Civil como cometeu o crime. De acordo com o investigado, Cíntia se negou a beijá-lo e ele a enforcou com um mata-leão. Ele saiu do cômodo e a mulher chegou a fugir, mas foi alcançada por Marcelo no quintal da casa. Ele a enforcou novamente e usou fitas para garantir que ela não recuperasse a consciência.
Depois de matar a cuidadora, Marcelo tentou enterrar o corpo dela no quintal, mas não conseguiu ferramentas para isso. Foi então que ele jogou o corpo de Cíntia por cima do muro, para uma casa vizinha, que estava desocupada.
Cíntia era mãe de quatro filhos e tinha completado 10 dias de casamento quando foi morta.
Crise na saúde de Goiânia
A crise no serviço público de saúde de Goiânia está entre os assuntos mais críticos envolvendo a administração da capital em 2024.
No final de novembro e início de dezembro Severino Santos, Katiane Silva, Janaína de Jesus, Luiz Felipe Figueiredo da Silva, João Batista Ferreira e Rodrigo Paulo Araújo morreram esperando uma vaga de UTI em Goiânia. As mortes desencadearam uma série de medidas e investigações que chegaram à prisão do então secretário de saúde da capital, Wilson Pollara.
Pollara ficou preso por 10 dias. Ele é suspeito de envolvimento no desvio de R$ 10 milhões da Secretaria Municipal de Saúde por meio de contratos irregulares com fornecedores. O secretário-executivo, Quesede Ayres Henrique, e o diretor financeiro da Secretária Municipal de Saúde, Bruno Vianna Primo, também foram presos no mesmo período.
No dia 17 de dezembro, a Polícia Civil considerou Pollara e Quésede como foragidos, já que não foram encontrados em seus endereços quando foram cumpridos novos mandados de prisão.
A defesa do ex-secretário informou que ele estava em São Paulo para fazer consultas médicas e iniciar o tratamento para um câncer no rim, diagnosticado no início de dezembro. Quésede Ayres se entregou à polícia no dia 19.
Durante a crise, a Justiça acatou um pedido do Ministério Público de Goiás e determinou uma intervenção do governo estadual na rede municipal de saúde de Goiânia. O governador Ronaldo Caiado (União) nomeou o médico Márcio de Paula Leite como interventor. O nome foi indicado pelo prefeito eleito da capital, Sandro Mabel (União)
O comitê de intervenção solicitou à Justiça a liberação de cerca de R$ 57 milhões do Fundo Municipal da Saúde de Goiânia que haviam sido bloqueados durante as investigações de corrupção na pasta. A falta de pagamento foi a principal causa da interrupção nos atendimentos em hospitais e maternidades da capital. A solicitação do comitê foi feita para o pagamento de contratos e de pessoal da saúde. O Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) liberou o recurso no dia 18 de dezembro.
Com a prisão de Pollara, Cynara Mathias foi nomeada secretária de saúde, mas ela pediu exoneração uma semana após ser nomeada para o cargo. De acordo com a prefeitura, ela saiu por motivos pessoais.